Neste dia 22, na Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), publicitários, jornalistas atuantes junto a entidades de representação empresarial e de empregados, de órgãos públicos e nos âmbitos do executivo e legislativo estaduais, estiveram reunidos na “Oficina de Comunicadores – da Organização Mundial do Trabalho”.
O foco foi a forma de comunicar as pautas sobre trabalho infantil e de adolescentes, que em números, segundo o último balanço do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), engloba um universo de 4 milhões de brasileiros com idades entre 5 e 17 anos, dos quais 30% têm uma jornada semanal superior a 40 horas.
A apresentação foi feita por Milena Oliveira, jornalista responsável pela Cipó Comunicação Interativa, ONG que tem como foco utilizar a comunicação para promover o desenvolvimento dos indivíduos e de suas comunidades.
A partir de alguns exemplos citados, os jornalistas de Cuiabá e Várzea Grande-MT puderam observar pontos críticos destas matérias jornalísticas, a exemplo de termos pejorativos como “menor”, “pivete”, “infrator”, entre outros considerados inadequados para se referir às vítimas em ocorrências relacionadas a crianças e adolescentes. “É preciso cuidado também com a divulgação de nome dos pais, da rua e bairro em que a criança mora, entre outras informações” que, mesmo sem publicar a foto, identifica esta criança e prejudica sua vida, havendo casos em que as famílias precisam até mesmo se mudar do local, explicou Milena.
O desconhecimento sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e de listas como a que retrata as “Piores Formas de Trabalho Infantil” igualmente foi pontuado como fator influente em textos jornalísticos de má qualidade ou descontextualizados. “O que mais encontramos na imprensa da Bahia, por exemplo, foi a publicação de prostituição e tráfico realizados por crianças, mas sem que se explicasse que estas atividades são consideradas Trabalho Infantil”, apontou Milena.
Como forma de integrar o plano de comunicação proposto pela organização da Oficina, o departamento de Assessoria de Imprensa da CDL Cuiabá passará a incluir em seu site e mailing aos associados, em sua maioria empresários dos ramos de Comércio e Prestação de Serviços, matérias sobre Trabalho Infantil e que estejam dentro dos critérios defendidos pela OIT e ONGs que trabalham parâmetros tidos como positivos no tratamento desta informação.
Os jornalistas receberam Kits contendo guias para profissionais da área de comunicação e o livreto do ECA. (Assessoria de Imprensa CDL Cuiabá: Honéia Vaz)