Uma guarnição do Corpo de Bombeiros percorreu, na manhã de ontem, várias áreas consideradas de risco, como as margens dos córregos Sangradouro e Lava-pés, nos bairros Cidade Alta, Lava-pés e Cavalhada, prevenindo e alertando os moradores para possíveis inundações. Para hoje está previsto um sobrevoo em um helicóptero da Defesa Civil do Estado, que acompanha a evolução da chuva em todas as regiões. O alerta, conforme o comandante da corporação, major Ramon Barbosa, coordenador da Comissão de Defesa Civil Municipal é em razão da previsão de pancadas de chuvas para as próximas horas no município. Serviço de meteorologia, conforme o representante da Defesa Civil informa que poderá chover 75 milímetros em Cáceres até o final de semana.

A orientação, de acordo com o oficial, é para que os moradores transfiram os alimentos e objetos para partes alta da casa, liberte os animais e prepare para desligar água, gás e eletricidade. Em caso de enchente, segundo ele, é necessário que mantenham a serenidade procurando dar apoio a crianças, idosos e deficientes. E, sempre estar preparado para abandonar a casa. A preocupação se justifica. Na madrugada de segunda-feira 45 milímetros de chuva voltaram a causar transtorno, transbordando córregos e alagando vários bairros. Os mais atingidos, como sempre, foram a COHAB Velha, Cidade Alta, São José e Cavalhada. Dezenas de casas foram inundadas e várias famílias que ficaram ilhadas tiveram que ser removidas para partes altas da cidade.

A maioria dos moradores dos bairros atingidos vem acumulando prejuízos. “A cada inundação perdemos um pouco do que temos” queixa o comerciante Gabriel André, morador do bairro Cidade Alta. “Infelizmente temos que conviver, todos os anos com essa situação. E ninguém toma providência” completa a dona de casa Maria do Carmo, residente no bairro São José.

Além da prevenção aos moradores, major Ramon informa que a Companhia dos Bombeiros está com seu efetivo de 41 homens e quatro funcionários civis em alerta. Ele explicou que já possui um plano de emergência, com viaturas, barcos e ambulâncias, para socorrer eventuais desabrigados e que a estrutura conta parceiros. “Está chovendo no país inteiro, inclusive provocando mortes. Temos que usar os exemplos que as televisões têm mostrado o dia todo, para nos unirmos e estarmos preparados", explicou Barbosa.

Ele explicou que a situação ainda está sob controle por causa da vazão, lenta, mas constante, dos córregos que cortam a cidade, facilitada também pela calha do rio Paraguai que ainda está baixa. Ontem, a régua existente em frente à sede da Marinha, no Caís da praça Barão do Rio Branco, media exatamente 3.11 metros. Conforme o comandante da Marinha, capitão Pedro Garcia, o rio subiu 11 centímetros em relação ao dia anterior. E, em média, segundo ele, sobe diariamente, 12 centímetros. A cota de alerta é de 5,40 metros.